quinta-feira, 28 de outubro de 2010

De Fernando Pessoa

Conta a lenda que dormia uma princesa encantada


A quem só despertaria um Infante, que viria de além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado vencer o mal e o bem antes que, já libertado deixasse o caminho errado por que à Princesa vem.

A princesa adormecida se espera, dormindo espera sonha em morte a sua vida e orna-lhe a fonte, esquecida uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado sem saber que intuito tem rompe o caminho fadado ele dela é ignorado ela pra ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino.

Ela dormindo encantada ele buscando-a sem tino pelo processo divino que faz existir a estrada. E se bem que seja obscuro tudo pela estrada afora e falso, ele vem seguro e, vencendo estrada e muro chega onde, em sono, ela mora.

E, inda tonto com o que houvera à cabeça, em maresia ergue a mão, e encontra a hera e vê, que ele mesmo era a Princesa que dormia.

coisas que escrevi ano passado

_minhas inspirações



Fase de buscar referências.



Busco em sites, flogs, blogs, flickrs.



Eu quero registrar tudo.



Porque a gente pensa que não vai esquecer do que pensou, leu, ouviu, viu...



Mas esquece.



Meu maior interesse no momento é produzir!



Tenho buscado inspiração onde menos achava que ia encontrar – receitas de comida, enquanto limpo a casa, enquanto faço coisas simples pela minha casa Pela rua. No carro. Enquanto ouço músicas.



Daí anoto em vários blocos que espalhei pela casa, cada gaveta, cada cômoda, porta da geladeira, espelho da porta do quarto... cada lugar tem bloco e caneta.



Tenho aprendido em livros que tenho lido, fotos que tenho visto que a inspiração é algo muito mais simples do que imaginamos. Essa simplicidade que é tão difícil de conseguir.



É preciso estar de olhos bem abertos, não só os físicos, mas principalmente os olhos da alma. Nosso cérebro funciona de um jeito tão engraçado. Nossos hormônios então.



...



Tantos planos... ser fotógrafa, escrever para revistas, ser curadora de exposições, lidar com cultura e arte, ter um blog...



SEI o que eu quero, só não sei COMO fazer. É isso que me trava. Isso é um saco !



Bem, tenho me inspirado em tudo, para tudo.



Para decorar minha casa, para meu cabelo, minhas roupas, minhas fotos, ensaios fotográficos, textos.



...



Estilo provençal



Moveis brancos com pátina



Tecidos floridos



Cores juntas: rosa, lilás...verde,azul...azul, branco...rosa, vermelho...



Europa clássica – Itália, França, Espanha



Pin ups



Clarice Lispector



Fernando Pessoa



Marta Medeiros



Lia Luft



Machado de Assis



Audrey Hepburn



Amelie Poulain



Sob o sol da toscana



Magnólia



Pedro Almodóvar



Gabriel Garcia Marques



Woody Allen



Friada Khalo



Chico Buarque



Marisa Monte



Roberta Sá



Fotojornalismo



Realismo fantástico



Brechós de roupas e de móveis



Mangai



Pipa



João Pessoa



Documentários



Revistas de decoração



Centro Cultural Banco do Brasil



Cine Odeon



Cine Estação



Centro do Rio



Museu Arte Moderna



...





livros que li em abril de 2009

_tudo que você pensa pense ao contrário (Paul Arden)



_ser feliz é uma escolha (Sonia Belloto)



_sob o sol da toscana (Frances Mayes)



_a cabana (Willian P. Young)



_o livro das emoções (João Almino)



_a outra volta do parafuso (Henry James)

para luciana

para luciana

no nosso último jantar

sentamos à mesa e comemos em silêncio (o próprio)

bebemos vinho e não brindamos

só se brinda quando existem planos

naquela noite, naquela mesa

nosso último jantar era a única certeza

alguém que porventura bisbilhotasse nossa janela

veria talheres e copos flutuando sobre as velas

no nosso último jantar

sentamos à mesa e comemos transparentes

alguém que porventura bisbilhotasse nossa janela

veria a comida sendo digerida dentro da gente

no nosso último jantar

sentamos à mesa e carcomemo-nos

alguém que porventura bisbilhotasse nossa janela

nos veria por muito pouco tempo



___michel melamed

CURSOS NO INSTITUTO DE TELEVISÃO

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

2º CONCURSO CARIOCA DE FOTOGRAFIA 2010

AS FOTOS QUE ESTÃO CONCORRENDO.

COMO É BOM SER CRIANÇA

DOÇURA

QUE PAÍS É ESSE ?

***
AGORA É TORCER PRA EU GANHAR ALGO ! JÁ PENSOU ? MEUS PAIS VÃO FICAR MUITO ORGULHOSOS SE EU GANHAR ESTE CONCURSO DE NOVO !

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

OFICINA DE JORNALISMO POPULAR



Dia 18/10 (segunda-feira) às 14 horas, acontecerá uma oficina com André Fernandes, jornalista da Agência de Notícias das Favelas.

Debate sobre comunicação comunitária, jornalismo popular, agências de notícias populares e comunicação livre.

O André também está procurando novos colaboradores que produzem textos, artigos, entrevistas...em suas comunidades para escrever para o jornal A Voz das Favelas que é realizado pela ANF. 

Então quem tiver alguma produção textual é só levar para compartilhar no dia, será muito bem vindo.


Vamos discutir sobre novas formas de comunicação !


*Oficina de Jornalismo Popular*
com o jornalista André Fernandes
Dia 18/10/2010 - Segunda-feira
14:00 horas
Agência Mídia Livre
Rua Joaquim Silva, 42
Lapa - Rio de Janeiro
21 2224.1414
21 9479.0133


Mais informações:

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Os musicais e o Rafa

_Mais um texto do meu amigo Rafa. Deixei bastante o primeiro aqui porque vi que fez sucesso, o número de visitas foi grande !

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OS MUSICAIS E EU




Nunca escrevi sobre cinema, mas confesso: jamais gostei de musicais. Nem em teatro, nem no cinema, muito menos em séries de TV. Porém um dia, em meio ao estresse de fazer a minha monografia, resolvi me aventurar numa das mais recentes séries americanas contemporâneas: “Glee”. A princípio, por conta do meu descrédito pelos musicais, quase desisti de assisti-la. Passados dez minutos, a curiosidade não me deixou parar. Hábito que continuei cultivando, apesar de ter chegado ao fim a 1ª temporada. E afirmo: mudei minha opinião quanto aos musicais.


Com o fim da faculdade, o tempo começou a ser menos escasso. E foi num fim de semana em que aproveitei para adiquirir um terno adequado para minha formatura, resolvi passar em uma loja de departamentos e comprei alguns filmes em DVD. Mesmo antes de assisti-los, um deles me chamou bastante a atenção: “Cantando na Chuva” (Singin’ in the Rain) um clássico musical de 1951, que ocupada a 10ª posição entre a lista dos 100 Melhores Filmes do American Film Institute.

Ao assistir a esta obra de arte do cinema mundial, vários insights me foram provocados, dentre os quais o mais imperativo e relevante fato ocorrido no desenvolvimento do cinema mundial: a substituição dos filmes mudos pelos filmes falados. Esta grande mudança no cenário cinematográfico é retratado através de um romance, de cenas hilárias e muitos números musicais. Os personagens e atores Genne Kelly, David O´Connor, Debbie Reynolds e Jean Hagen, encenam esta grande história do cinema mundial, com muito riso, amor, diversão e principalmente dança. Isso porque apesar de feito em 1951, o filme remete aos bons e velhos tempo de Hollywood dos anos 1920, que em meio a grande crise econômica, vê a inserção de novas tecnologias como a possibilidade haver sons nos filmes que até então eram mudos e a trilha sonora feita separadamente para o filme. Aliado a tudo isso, a viabilidade do sincronismo entre som e imagem e o contraponto de não saber como gravá-lo. Surgindo então como saída e foco principal das cenas a música.

Outros dois pontos merecem ser destacados neste filme. O primeiro são os efeitos especiais tanto das maravilhosas danças e as particulares canções do mundo embrionário do show biz na época. O segundo é a dublagem, que passa a ser feita a partir do momento em que a reclamona personagem Jean Hagen – que apesar de ser a grande estrela do cinema mudo, era dona de uma voz sem qualquer vocação para o cinema falado – acaba sendo dublada pela afinada e talentosa Debbie Reynolds.

Sem dúvidas vale à pena conferir este grande clássico do cinema mundial, e não tenho pretensões de contar aqui toda a história do filme. Por isso, faço o convite para que assistam e aproveito para registrar aqui algumas informações para os que desejam conhecer melhor a Obra:

Título Original: Singin'in The Rain
Gênero: Musical
Origem/Ano: EUA/1951
Direção: Gene Kelly / Stanley Donen

Elenco:
Gene Kelly..........Don Lockwood
Donald O'Connor.....Cosmo Brown
Debbie Reynolds.....Kathy Selden
Jean Hagen..........Lina Lamont
Millard Mitchell....R. F. Simpson
Cyd Charisse........Dancer
Douglas Fowley......Roscoe Dexter
Rita Moreno.........Zelda Zanders

Prêmios: Golden Globe Award de Melhor Atar Cômico (Donald 0'Connor). Indicações para o 0scar de Melhor Atriz Coadjuvante (Jean Hagen) e Trilha Sonora.

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Texto: Rafael Oliveira
[Ao som de "Sunrise, Sunset" de Sheldon Harnick e Jerry Bock]

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

OS TEXTOS DO RAFA

Meu blog tá abandonado. Assim como toda minha vida virtual, mistura de cansaço tecnológico e muitas coisas pra fazer na vida real.

Mas to querendo publicar os textos do meu amigo Rafa aqui no blog há um tempão !

São ótimas crônicas urbanas ! Aproveitem !

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ESTRANHO COTIDIANO 



Mais um dia começa. Levanta cedo para ir ao trabalho e faz o que todo mundo faz. Redundante. Sai de casa, ainda mastigando o café da manhã, corre para pegar o ônibus antes que pudesse ter a chance de pegá-lo, já se foi. Olha para o relógio, está relativamente atrasado, não sabe o que vem a frente, mas lembra-se do trânsito de todos os dias.

Pega o ônibus seguinte, vinte e um minutos depois... Chega a principal via de acesso ao centro da cidade grande. Nos primeiros quilômetros uma freada brusca, a senhora que acabara de passar na roleta pisa no seu pé, e ele acorda. Estava sonhando com a sua cama, edredom e travesseiro. Resolve ligar o seu mp4 player, põe numa daquelas rádios de notícias, onde a cada 20 minutos tem-se um boletim repetido. Parece que as notícias se repetem - Dejá vù?

Ainda na metade da via expressa, sentado em seu lugar e com o braço na janela, retira os fones, a bateria do dispositivo acabou. Guarda na mochila, retoma o braço à janela e ainda sente a sua cama chamando-o. "VOLTA PRA CASA", dizia em sua mente. Fecha os olhos e tenta voltar ao 'sonho' em que estava mas , subitamente, a sirene de uma ambulância o faz sair de toda aquela fantasia matinal. O motorista do ônibus em que está corta caminho por uma rua do entorno e a ambulância finalmente consegue passar.

Após curvas a direita, esquerda e seguindo reto, seu ônibus sai em um trecho mais a frente da mesma via expressa. Dessa vez um carro estava quebrado e não havia acostamento. Era um desses carros da era 'recall', quem dirigia era uma mulher cujo veículo não conseguiria empurrar sozinha. O ônibus avança, parecendo uma minhoca de metal, ou ainda uma agulha costurando um tecido, só que no asfalto bastante desgastado. Dois pontos antes dele saltar, uma Kombi fecha a passagem de um outro ônibus que vinha a frente, e o motorista, indócil, tenta sair da traseira da mesma e acaba fechando fluxo de veículos da segunda pista. A Kombi, transportando passageiros de forma irregular fica parada por exatos cinco minutos, e ele olha novamente para o relógio pensando em descer do ônibus e ir a pé. São apenas duas passarelas...

Não o faz por pouco. Mas ao chegar ao destino, lembra-se que faz calor naquele dia e o fato de encarar uma passarela em um lugar tão perigoso e com sol forte, o faz pensar em pegar o primeiro coletivo com ar condicionado. No início da passarela, alguns policiais fazem patrulhamento e tecnicamente garantem a segurança e ordem públicas. Nada mal, mas ele, ao olhar os dois homens ali, sabia que aquilo duraria até o meio-dia, quando eles tomariam uma rua paralela a via expressa e seguiriam para o restaurante popular.

Quase na metade da passarela, de onde dava para sentir a vibração dos veículos que passavam embaixo e toda a poluição por eles emitida e ver boa parte daquela imensa avenida, escutou um 'bip' em suas costas. Eram dois motociclistas, os chamados 'Office boys’. A passarela perdera a função 'para pedestres' , pensou. Passaram por ele e após alguns segundos, começaram os tiros...

De repente tudo fica estranhamente sem emitir qualquer som. Sente que caiu de costas naquele chão sujo e quente, e com uma forte ardência no peito. Percebeu então todos os transeuntes parados, ali, olhando-o caído. Fechou os olhos e não sentiu mais nada... era apenas mais uma vítima da violência. Mais um registro estatístico daquela cidade.

Texto: Rafael Oliveira
Foto - Capa do CD da Banda Coldplay [Viva la Vida - EMI / 2008 @Todos os direitos reservados. Copyrights.]